Epigrafe: Walter Benjamin sentencia:
“Há
um quadro de klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que
parece querer afastar-se de algo que ele encontra fixamente. Seus olhos estão
escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter
esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia
de acontecimentos ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente
ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para
acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas, uma tempestade sopra do paraíso
e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fecha-las. Essa
tempestade o impele irreversivelmente o futuro, ao qual ele vira as costas,
enquanto o amontoado de ruína cresce até o céu. Essa tempestade é o que
chamamos de progresso.” (em: “Obras escolhidas: Magia e técnica. Arte e
Política”. São Paulo, Editora Brasiliense: 1987. – Sobre o Conceito de
História, página 226).
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