Tenho convivido com vários professores universitários. Muitos dos meus amigos se tornaram professores em diversos lugares e nas mais diversas instituições. E, entre uma conversa e outra, um café aqui, uma cerveja ali, surge sempre o papo da docência no ensino superior. Nunca como um caso bem resolvido e satisfatório, mas histórias cheias de contradições, horrores e conflitos.
Percebi que ali eu tinha uma regularidade curiosa. Minha amostra era considerável a respeito da diversidade com que se apresenta a realidade brasileira a respeito do ensino superior. Conversei com professores de instituições públicas, privadas, fundações tradicionais e renomadas, escolas novas e de pouca ou nenhuma tradição. Em todos os casos a reclamação era muito parecida; parecida o suficiente para me fazer questionar sobre o que diferenciava realmente a qualidade de ensino de uma e outra. Dizer que os professores das universidades públicas (em mesma faixa etária) são melhores que os de escolas particulares é no mínimo precipitado, embora as condições de trabalho que permitem melhorar o desempenho dos primeiros sobre os segundos são inquestionáveis.
Percebi que ali eu tinha uma regularidade curiosa. Minha amostra era considerável a respeito da diversidade com que se apresenta a realidade brasileira a respeito do ensino superior. Conversei com professores de instituições públicas, privadas, fundações tradicionais e renomadas, escolas novas e de pouca ou nenhuma tradição. Em todos os casos a reclamação era muito parecida; parecida o suficiente para me fazer questionar sobre o que diferenciava realmente a qualidade de ensino de uma e outra. Dizer que os professores das universidades públicas (em mesma faixa etária) são melhores que os de escolas particulares é no mínimo precipitado, embora as condições de trabalho que permitem melhorar o desempenho dos primeiros sobre os segundos são inquestionáveis.
Mas, se os alunos (entre faculdades públicas e privadas) tinham à disposição professores relativamente parecidos, o que os tornava, depois de quatro ou cinco anos, tão diferentes no quesito formação? Sempre são os alunos de Estaduais Paulistas ou Federais que tem as melhores notas em avaliações e são depois os profissionais mais procurados no mercado. Mas: onde eles começam a se diferenciar dos demais?
Com a conversa com meus amigos percebi que entre os alunos que ingressam no ensino superior não havia enorme diferença em relação às groselhas que soltavam nas salas de aula. Havia pérolas dignas de suicídio, vindas de qualquer lado, sem distinção ou corte sociológico. Na faixa dos dezoito anos, sendo homem ou mulher, pobre ou rico, independentemente de credo, cor ou ocupação, havia muita frustração dos professores em relação à mediocridade dos alunos. Esse fato me deixou mais instigado. Evidentemente estou exagerando na aproximação. O nível de exigência e comprometimento que um amigo-professor faz dos alunos nas instituições públicas era maior que outro cobrado em escolas particulares. Mas, a pergunta me perseguia: quando os considerados melhores começavam a se diferenciar dos medianos? Quais os elementos que levam a essa definição das universidades? Fazendo da minha dúvida filosófica imagética: mais ou menos em que momento na estrada da formação intelectual do indivíduo se coloca uma bifurcação sem placas indicando; se ele tomar o rumo (à esquerda; por exemplo) vai alcançar as melhores oportunidades de formação e profissional; se tomar o ruma (à direita, supomos) vai seguir numa massa de medíocres, onde a sua oportunidade de ascensão profissional não tem nenhuma relação com sua formação. Em que momento esse impasse se realiza?
Minhas conversas com os amigos tornaram-se um problema sociológico. Tive a sorte de conviver e conversar gente em posições diferentes do circuito universitário para perceber que existe uma certa regularidade em muitos cursos universitários que são considerados dispares. São maiores as regularidades que supõem os artigos jornalísticos ou as choramingas de pseudo-intelectuais-celebridades que para se aparecerem à comunidade vivem a reclamar. É evidente que se tomarmos pelos resultados, as universidades públicas são bem sucedidas e as instituições privadas são de “segunda linha” na formação profissional. Mas, se nos perguntarmos o que diferencia um caso dos outros, responder “as universidades públicas são de qualidade e as outras não” nos coloca num buraco negro. Cada um entende uma coisa diferente por qualidade e vira um blábláblá sem tamanho.
Cientificamente falando, deveríamos usar experiências laboratoriais para isolar os elementos e identificar o fator ou os fatores que determinam a qualidade no ensino superior. O problema, como eu disse é que o sociólogo não tem laboratório. Ferrou! Acho que ficou suficientemente claro no inicio deste texto que sociologia e laboratório são realidades distintas. Mas, se não ficou, talvez mais à frente vamos tornar isso mais evidente.
O fato é que tenho um problema tão complexo quanto qualquer outro apresentado pelas ciências da natureza ou as ciências duras. Posso (e em seguida vou) formular algumas hipóteses em relação aos fatores causais e as relações que implicam no advento dessa regularidade; essas hipóteses necessitam ser testadas em distintas situações para que se prove a sua regularidade e para que isso se torne teoria a pré-condição é que nenhum; repito: nenhum, caso desde aqui ao infinito pode contrariá-la.
Outro problema que surge em relação aos fatos sociais é que ao tomar consciência da realidade que me cerca, posso querer transformá-la, trabalhando com experiências que contrariem minha regra geral. Nas ciências sociais identificar um problema, torna-lo consciente, apreende-lo, via de regra significa criar estratégias para supera-lo. Se Newton encontrou as leis que regem a gravidade, conhecer este fato não o fez altera-lo. A lei da atração dos corpos existia antes de Newton a demonstrar e existira depois da sua demonstração. Talvez se isolarmos os fatores que regem a qualidade do ensino, vamos conseguir melhorar o ensino superior e então surgirão outros fatores para reorientar as condições sociais, porque entender alguma coisa sobre si mesmo ou sobre a sociedade em que vive faz com que os seres humanos adaptem suas condições de existências. Assim, descobrir regras gerais significa imediatamente decretar formas de sua superação.
Evidentemente essa contradição encontrada nas ciências sociais não a torna menos científica que outras ciências. E para eu trabalhar meu problema no ensino superior tracei algumas estratégias baseadas em hipóteses que levantei através de meus estudos e observações sociais.
É fato que o vestibular realiza um corte ao selecionar os alunos com maiores notas para as universidades mais exigentes. Mas, entre um aluno que passa no vestibular e um outro que ficou a poucos pontos, a diferença é tão pequena que não podemos dizer que apenas os que foram aprovados têm condições de fazer o curso e os reprovados estão fadados a profissionais de segundo escalão. Em alguns casos, alunos não aprovados tem enorme potencial para desenvolver-se durante o estudo universitário – e isso não é avaliado pelo vestibular; nem tem como. Ao mesmo tempo, também não é possível desprezar a seleção que é possível conseguir com este processo de recrutamento. Mas, a pergunta correta que nos interessa aqui é: em que medida, já no vestibular, os profissionais de sucesso no futuro estão definidos? Qual a importância da seleção? Será que se eu colocar todos os alunos aprovados no vestibular de uma estadual paulista numa escola do vale do ribeira eles vão se tornar profissionais com a mesma maestria? Esse seria um bom laboratório, mas seria absolutamente irreal porque os alunos poderiam (como com certeza fariam) encarar a situação como um desafio e empenhar-se quatro vezes mais e assim conseguir superar qualquer adversidade que numa situação “normal” não seria considerada. Mais uma vez meu intuito laboratorial foi por água à baixo. Que frustração... e que complicação é essa história de ciências humanas.
Já comentei que tenho certa relutância em aceitar que a diferença está no corpo docente. Claro, falo especificamente da realidade que conheço em São Paulo. Mas, conheço muitos professores das diversas redes, de diferentes estados e o que distingue uns dos outros são detalhes que não comprometeriam o resultado geral da formação dos alunos. O que realmente distingue a realidade de um professor das escolas particulares e de algumas públicas são as condições de trabalho e não necessariamente a formação ou a competência. Isso tem impacto ao longo dos anos, mas não necessariamente no tempo da formação universitária em graduação. Ter tempo para preparar aulas e pesquisar, ser cobrado a orientar trabalhos e publicar artigos e ganhar salários condizentes com isso faz diferença ao longo da carreira. Esse é um ponto importante que pouca gente discute: enquanto o professor de carreira docente valorizada ganha conhecimento, enriquece seu currículo e acumula experiência ao longo dos anos, um outro que trabalha em condições precárias torna-se cada vez mais desatualizado, desestimulado e superado. Talvez sejam mais importantes planos de carreira com diversificação das atividades e tempo para pesquisa, que as reclamações sobre o tamanho das salas de aulas ou a quantidade de alunos por turma; para uma discussão da valorização do espaço docente. Talvez...
De qualquer modo, isso ainda não esclarece meu problema. Tenho visto cada vez mais pessoas reclamando do corpo discente e da dificuldade que é a relação de transmissão de conhecimento aos alunos que estão cada vez mais despreparados e imaturos para formarem-se. Não se trata de estrutura de trabalho propriamente, mas da dificuldade da formação. Talvez, ainda que em condições de trabalho melhores, os professores tivessem as mesmas dificuldades para implementar um plano pedagógico condizente com o que esperam que seja a formação de um profissional da área em que se colocam. E se essa hipótese for real, o problema da qualidade do ensino universitário não esta exatamente no corpo docente e suas melhores condições de trabalho (ainda que justas) não são necessariamente a resposta para uma melhora no ensino superior. (não usei o laboratório, mas pelo menos nesta hipótese trabalhei em um exercício de lógica formal).
Continuemos na experiência sem pausas metodológicas. Portanto, se o problema nuclear está no corpo discente. Concentremo-nos nele: o que faz um aluno a empenhar-se em aprender? O que o estimula a estudar? A paixão pelo conhecimento seria uma resposta? Um bom professor? Mas, o que é um bom professor? O que faz micagens ao centro do palco/sala de aula? Ou o que, mesmo monotonamente faz as perguntas mais importantes? Uma escola que mais parece um shopping center seria um bom estímulo ao estudo? Ou um lugar onde sua atenção desprezasse o ambiente para poder concentra-se no conhecimento?
A verdade é que as condições ideais para produzir e reproduzir conhecimento são chatíssimas se colocadas ao lado das atuais estratégias de marketing e dos meios para chamar atenção das pessoas. Em nome de que alguém abriria mão de todas as maravilhas do mundo moderno para passar horas de sua vida em frente de livros mal cheirosos e monótonos, sem a menor interação hitech. Tudo bem; concordo com os teóricos dos modismos que não dá mais pra ensinar uma criança de sete anos com lousa e giz enquanto ele tem computadores e videogames a disposição. Mas, não venha ninguém querer me provar que aos dezoito anos um adolescente não sabe que é preciso dedicação para tornar-ser um profissional responsável.
Talvez essa seja a real condição social dos jovens no Brasil hoje. Talvez ai encontre-se o meu principal gargalo e foi nesta hipótese que me concentrei. Se um adolescente não está preparado para a formação profissional, porque então força-lo a freqüentar uma universidade? Aparentemente, os que conseguem êxito no vestibular são os que engolem à ceco o remédio de terem que se dedicar ao estudo chato dos livros, pese todas as tentações do mundo. Mas, outros sem a mesma dedicação, ficam pelo caminho e optam pelo mínimo esforço. Se minha hipótese está correta, o que acontece em algumas universidades está no processar o potencial dos alunos imaturos até os tornar preparados para o desempenho da sua atuação profissional, enquanto outras não conseguem o mesmo êxito, mesmo partindo de um mesmo ponto inicial.
Mas, minha dificuldade ainda continua a mesma: como provar ou sustentar empiricamente minha hipótese? Que elementos eu teria para defender essa minha interpretação a respeito de uma questão tão difícil como a que fala a respeito da formação profissional de jovens de dezoito anos que mal estão seguros de que suas escolhas profissionais são a correta?
Tive uma idéia para minha empreita. Entre tantas dúvidas resolvi no alto das minhas carências científicas (careço de laboratório, careço de instrumentos, careço de aplicações no mundo da sociologia, careço de instituições que trabalhem essas questões, careço de dados, careço de financiamento – sou uma carência científica completa). Mas, não é motivo para desistir de meus experimentos; jamais!
Tentei fazer das minhas carências uma experiência científica, laboratorial e sociológica: propus a alguns de meus amigos professores que levassem aos seus alunos – a maior parte deles primeiro anistas em cursos de administração de empresas – uma cédula para votarem. A experiência consistia em testar a importância que os alunos davam a sua formação superior. Fiz a seguinte pergunta para uma resposta simples (sim ou não): Supomos que a Faculdade lhe faça a seguinte proposta: você estaria totalmente dispensado de aulas, trabalhos, provas, exames e qualquer outra obrigação acadêmica com a condição de não freqüentar o espaço da escola em hipótese alguma. Após os quatro anos necessários, apenas honrando seus compromissos com mensalidade, caso haja, você recebe normalmente, sem menor prejuízo, seu diploma. Você assinaria o contrato agora? Seguiam as duas alternativas para assinalar com um “X”.
Como conheço várias pessoas, não foi fácil fazer o pedido para que amigos distribuíssem a seus alunos a cédula. Organizei vários pacotes, fiz folhas diferentes e ao todo, segundo meus cálculos sem muito esforço eu conseguiria uma amostra de 700 alunos em 8 instituições diferentes. Das mais diversas realidades, faculdades em periferias, em regiões centrais, públicas, privadas, da capital, do interior, tradicionais e novas. Sim, sim... tenho muitos amigos e me orgulho disso.
Ao todo, meu experimento me custou pouco mais que R$ 20,00 entre impressões, envelopes e cortes de papel. Também coloquei na conta alguns cafés que paguei pra pedir para um aqui ou outro ali... estratégia de convencimento para que levasse na sua escola os envelopes. E, claro, não inclui no orçamento o tempo que me gastou preparar e correr atrás de tudo isso, nem mesmo tempo em escrever este artigo. Mas, isso foi financiado pela minha curiosidade científica mórbida...
Alguns de vocês esperam que agora eu apresente os resultados desta minha epopéia em busca dos fatores que determinam a qualidade do ensino superior brasileiro. Pois bem, a resposta é: os professores não aplicaram os questionários. Os alunos sequer foram provocados a responder e eu fiquei sem a menor condição de testar minhas hipóteses.
A maior parte dos meus colegas professores nas faculdades, ao pedir autorização aos seus coordenadores, foram desmotivados a fazer a consulta. Entendo que ao não representar nenhuma instituição, nem mesmo ser parte de um projeto de pesquisa, minha curiosidade mórbida não foi motivo o suficiente para convencer os coordenadores a aplicarem o questionário. Eu havia feito uma carta assinada ao coordenador, certificando que os dados e o nome da instituição seriam sigilosos e não divulgados e que a consulta era acadêmica e com propósitos científicos. Mas, isso não foi o suficiente. Supus, erroneamente, que os próprios coordenadores ficassem curiosos para saber o que pensavam seus alunos quando diante de tal pergunta e que isso facilitaria a autorização. Talvez eu tenha superestimado o interesse das pessoas em tal questão. Em conversa com um de meus amigos, ele me disse que a impressão é que seu coordenador tinha medo das respostas dos alunos. E, a impressão geral quando falo com alguém a respeito da minha questão era que os alunos das piores instituições iriam colocar “sim” para a resposta e os das melhores “não”. Eu esperava ser surpreendido, com proporções de respostas parecidas entre as “melhores” e “piores” instituições. Se isso acontecesse, teria oportunidade para desenvolver novas hipóteses para explicar os resultados. Sem respostas não tenho como discutir meus resultados para além do terreno das especulações. Para um cientista, isto não é aceitável.
Evidentemente que tenho plena consciência que qualquer conclusão que eu tirasse vinda das análises de uma amostra tão pequena e fútil seriam precipitadas, mas talvez eu já tivesse indícios para provocar uma reflexão maior. Sem as respostas, porém, só posso relatar a motivação para fazer esta e não outra pergunta aos alunos e dizer que é sociologia; e onde ela pode ser aplicada. (talvez tivesse dado certo minha tentativa e eu tivesse mais elementos para provocar neste artigo, mas isso nunca vou saber; só posso dizer que assim como qualquer outra ciência, experiências sociológicas podem ser praticadas com pouco custo e alguma criatividade, mas sem dúvida, com trabalho sério, honesto e dedicado).
Fazer uma única pergunta, simulando a motivação pela qual um aluno assinaria um contrato que definisse a sua expectativa sobre a vida universitária: esse era o princípio do experimento. A pergunta tinha inúmeras artimanhas. A primeira delas, ao propor apenas duas respostas válidas, levava o aluno a pesar entre prós e contras de dedicar-se aos estudos e principalmente se este tempo dedicado faria diferença positiva em sua vida. Depois, não o desobrigava de várias vantagens ou ônus que ao freqüentar uma graduação pode trazer. Para muitos o mais difícil era pagar o curso, portanto, receber o diploma depois de quatro anos gratuitamente era um bom negócio que economizaria muito sacrifício. No momento em que não reduzi nem o tempo, nem o custo, isolei a variável conhecimento. Além disso, ao impedir o transito do aluno pelas dependências da escola, portanto: impedi que a sociabilização, a paquera, os amigos pudessem ser um fator de interferência para dizerem sim. Ou seja, considerei que o conhecimento também se constrói nos espaços de sociabilidade das escolas, não apenas na estrutura da sala de aula/laboratório. De outro lado, minimizei o risco de fracasso supondo a dispensa de provas e exames, não se considerou a possibilidade de não obter o diploma mesmo que sem preparo. Assim desassociei conhecimento de diploma; conhecimento do exercício de uma profissão e escola de trabalho. O aluno pode pensar que aprender a trabalhar não se aprende na escola, mas na prática, como muita gente realmente pensa.
Ai está o cerne da questão: em que medida a educação é considerada como um fator de ascensão pelos jovens? Se considerarmos a relação entre educação e estratificação social, o Brasil é um fracasso na promoção da ascensão social via conhecimento. Enquanto em muitos países, ter uma faculdade concluída, uma pós-graduação etc é muito importante e valorizado pelo mercado de trabalho, sabemos que no Brasil, as relações pessoais, os contatos, as amizades contam muito (igualmente ou talvez mais). Não me propus a medir exatamente o que conta mais, a posição social, os contatos ou o diploma. Mas, me interessava investigar como os jovens percebem isso. A pergunta era apenas um impulso, uma provocação, daria, talvez, indícios, não responderia amplamente a questão – mas, já seria o suficiente para provocar muita gente. De qualquer modo, as questões ainda ficam pendentes, com ou sem pesquisa realizada.
É claro que para uma pesquisa dessas ser válida, precisa ser mais completa; necessitaríamos que uma amostra considerável, com elementos socioeconômicos avaliados e um recorte mais preciso. Hoje sabemos que o processo de seleção dos alunos, a carreira docente, a estrutura universitária, o investimento em infra-estrutura, a proporção baixa entre alunos e professores, o investimento em pesquisa, ensino e extensão, a excelência dos pesquisadores; tudo isso somada dá às universidades públicas sua excelência em ensino superior, mas não sabemos o quanto ou como cada um desses fatores e outros interfere neste quesito mensurável que se usa tão rudemente por ai e que chamamos “qualidade”. Ou seja, seria necessário que minha brincadeira de cientista de laboratório fosse levada a sério como um trabalho de investigação, que utilizasse corretamente os instrumentos de pesquisa disponíveis para chegar a algum lugar. Mas, sinceramente, devo esclarecer que este meu trabalho era apenas para a satisfação de uma curiosidade pessoal. Deixo aos profissionais de educação, aos pedagogos e aos estudiosos da área as considerações mais sérias a este respeito. Mas eu não poderia de deixar de apresentar ao leitor minha anedótica aventura em busca de um laboratório sociológico imaginário. Quem sabe um dia, entre um e outro causo, consigamos tornar as ciências sociais aplicáveis ao mundo em que vivemos.
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