quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Neoestruturalismo e seus agentes de desenvolvimento na América Latina

AGENDE-SE para 11 de NOVEMBRO DE 2011
no MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA...
III Simpósio de Pós-Graduação em Relações Internacionais do Programa Santiago Dantas
às 10h30 da manhã. Vou apresentar um texto extraído do meu trabalho de doutorado:

segue o resumo:

O objetivo desta proposta é explorar as novas teorias estruturalistas do desenvolvimento para a América Latina, o que vem sendo chamado de NEOESTRUTURALISMO – teoria que encontra sua representação institucional na CEPAL e se propõe como alternativa sul-americana às teorias econômicas do desenvolvimento originadas nos países desenvolvidos.

O neoestruturalismo nasce sob duas condições: da tentativa de intelectuais cepalinos apresentarem uma agenda alternativa ao consenso de Washington e da busca por reinventar o estruturalismo numa agenda de reformas para a América Latina.  Portanto, é fenômeno posterior à crise da dívida e ao ocaso das estratégias de desenvolvimento latino-americana capitaneadas pelo Estado. A pergunta que pretendemos explorar é: sob este novo contexto, quais atores sociais fazem parte da base da ação política neoestruturalista?

Tomemos como contraste o “velho” estruturalismo e suas estratégias de desenvolvimento nos anos 1950 e 1960. A origem da proposta cepalina para a América Latina, que culminou na industrialização por substituição de importações, tinha seu lado teórico e agentes do desenvolvimento que assumiam nas sociedades o papel de implementar essas ideias. Alguns dos autores ligados à CEPAL (como Celso Furtado no melhor exemplo), não apenas defendiam a participação do Estado na economia como também propunham que o próprio Estado se tornasse o principal agente econômico do desenvolvimento. Neste caso, a industrialização por substituição de importações supunha que as assimetrias centro vs periferia fossem superadas pelo desenvolvimento dos Estados latino-americanos; a consequência disso seria uma nova divisão internacional do comércio. Para isso, alguns atores eram fundamentais para desenhar este novo quadro interno e externo, o estruturalismo supunha participação do tripé Estado, burguesia nacional e cooperação internacional no processo de desenvolvimento. Na prática a cooperação internacional foi substituída pelo capital internacional e/ou multinacional. Mas, de qualquer modo, estes atores se tornariam os responsáveis pelos “anos gloriosos” do crescimento econômico latino-americano.

Propomos agora questionar: quem são os novos agentes do desenvolvimento latino-americano que vão dar sustentação ao neoestruturalismo?

Portanto, o trabalho pretende tratar das categorias sociais que se tornariam ou se tornaram responsáveis pela implementação do neoestruturalismo. A partir das teorias cepalinas que, de alguma forma, questionam a eficiência das medidas propostas pelo Consenso de Washington e seus desdobramentos neoliberais, quais as novas estratégias e os novos atores do desenvolvimento latino-americano? Que respostas dão às reformas estruturais recomendadas à América Latina? Enfim: de onde surgem as demandas e quais as respostas dadas pelos intelectuais que se debruçam sobre as necessidades materiais dos povos da América Latina e que desdobramentos essa nova relação tem para as relações internacionais?

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