segunda-feira, 11 de julho de 2011

Curtas sobre a FLIP 2011 em Parati

Flipando poucas e boas
Nem bem eu havia chegado e ouvi de passagem um amigo cutucar o outro: “E ae? Só flipando?”. Pois é, em uma feira literária crescem as possibilidades de semânticas. O engraçado é que mesmo sem conhecer a expressão anteriormente, soube exatamente o que o rapaz quis dizer.

Paraty é uma festa?
Paraty, na FLIP, é de muitas festas. O que alguns frequentadores me contaram foi que este ano a praça estava mais vazia. Em compensação as editoras e organizações parceiras promoviam, cada uma do seu jeito, festas em lugares diferentes. Muita gente tentava descobrir onde rolava o agito. Eu, cá entre nós, como Bruno e Marrone, prefiro a praça.

É tudo quase verdade...
A Folha de são Paulo tinha estande na Flip e distribuía seu jornal por lá. Diariamente dava pra descobrir o que circulava de informações sem precisar recorrer abusivamente às internets da vida. Muitas das notícias que li eram um retrato próximo do que se comentava no lugar. A cada fim de debate, o que chamava a atenção tinha certa homogeneidade estranha

Polêmicas:
A cada dia uma polêmica. Ou, a cada dia criou-se um fato novo. Um evento que me chamou a atenção foi como o português valter hugo mae (assim, tudo em minúsculas) conquistou a plateia do seu debate e, depois, como conquistou os frequentadores da feira. Falando sempre com admiração em relação ao Brasil, hugo mae ofuscou completamente a presença de Pola Oloixarac, quando dividiu com ela a mesa de debates

Pola Indisponível
Indisposta, Pola cancelou sua participação em uma entrevista ao Instituto Moreira Sales logo depois de ver a fila crescente de pessoas querendo o autógrafo de valter hugo mae enquanto sua fila minguava. Se a indisposição tem ou não relação com a participação na mesa anterior, pode ser maldade dos observadores. Mas, é bastante sintomático que ela tenha sumido ao ser ofuscada.

Confusa
No geral, a impressão que passo a considerada musa da Feira é de que é um tanto confusa ao falar. Verdade é que a teoria do terrorismo cybernético não colou. Charme, sorrisos e piadinhas sobre futebol não a ajudaram. Sei lá se algum assessor de imprensa a recomendou, nas pergunta mais perniciosa, usar o futebol... a verdade é que o publico da FLIP não é frequentador de estádio e não estava nem ai pra Neimar, Robinho, Messi, Maradona, Pelé...

E o futebol...
Por falar nisso. Assisti o segundo tempo do jogo do Brasil. Eu, duas pessoas que pararam 15 minutos em pé perto e um amigo carioca que indelicadamente esqueci de perguntar o nome. Acho que esse deve ter sido o pico de audiência da seleção canarinho em Parati: eu e meu amigo carioca fulos da vida enquanto um ou outro passava para perguntar quanto tava ou quem fez o gol. Quando se dizia que o primeiro gol foi de Jádson, era uníssono: Quem? Pois é, confesso que também eu próprio nunca havia escutado falar.

Encerrando com a grande polêmica
Claude Lanzmann foi a polêmica. Já chegou falando mal de Nyemier. O velhinho arquiteto responde à altura. Tem propriedade e o chamou de idiota. Beleza, hostilidade de 85 pra 103 anos está tudo ok. Depois Lanzamann foi o ser mais indelicado do mundo com o prof. Marcio Seligmann. O flipeiro ficou horrorizado com a mesa. Ouvi alguns defenderem Lanzmann dizendo que era mesmo pra falar do livro, outros impressionados com a sisudez francesa ao ser questionado sobre sua biografia por Seligmann,

Sinceramente
Não se pode esperar simpatia de qualquer intelectual francês que atuou nos anos 1960. Maio de 68 que o diga. Acho que tudo aquilo foi muito natural e dentro do script. Foi mais ou menos como quando me perguntaram se eu não iria assistir a peça de Zé Celso Martinez Corrêa. Pra ver gente nua outra vez? Acho que não, preciso ir pra casa. E esbocei um riso maroto quando li algo assim na internet: Zé Celso encerra FLIP com atores nus e referências a antropofagia... repito: como se tudo já estive escrito.


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