Pola Oloixarac é uma escritora argentina que no seu primeiro livro tem sido ovacionada na Espanha, embora seja considerada polêmica em seu próprio país. Chama a atenção sua juventude, e a audácia que impôs ao seu primeiro livro: As Teorias Selvagens. – Editora Benvirá, preço médio de R$ 30,00 nas livrarias.Misto de blogueira e filósofa, Oloixarac estará na próxima FLIP, em Paratí com expectativa dos organizadores em chamar a atenção do público. Sobre isso, confesso-me um desinformado. A existência de Pola Oloixarac e sua ‘rebeldia literária’ só me chamaram a atenção quando fui investigar quem eram os escritores que estariam na Flip e quais eu iria assistir. Isso mesmo caro leitor, agora é oficial, entre uma tese doutoral e outra, tiro umas ‘férias’ e vou para Parati acompanhar o burburinho literário. Para um cientista social avesso à Caxambu, essa é a medida certa entre divertimento e aprendizado. Se eu tivesse alguma predisposição às tecnologias me chamariam de Nerd.
Mas, cessemos de falar de mim, o assunto deste post é a senhora Pola Oloixarac. Em minhas investigações deparei-me com uma definição curiosa a respeito da escritora. Ela é considerada por alguns uma marxista de direita. Como pode uma marxista ser de direita? Lembro-me com exatidão das aulas sobre o velho barburdo. Marx era dialético hegeliano, quando jovem da esquerda hegeliana, depois, considerada sua obra, era um materialista histórico, participou ativamente das comunas, fundou a internacional comunista, foi expulso exilado e morreu pobre com furunco na bunda de tanto escrever. Tudo bem, era machista pacas, e engravidou a empregada e botou Engels pra assumir – mas, nem mesmo isso é uma característica de direitismo.
O marxismo no século XX discutiu muitas questões metodológicas. Os intelectuais revolucionários Influenciados Marx, como Lenin, Trotsky ou Gramsci não passam nem perto de qualquer direitismo. Mesmo quando colocamos influencias como Weber, Dilthey, Levi-Straus e Freud, as figurinhas da Escola de Frankfourt, Adorno, Horkheimer, Benjamin etc, Althusser ou Luckas e tantos outros... alguns deles admito que podem levar a delírios, mas todos delírios utópicos e nada direitistas.
Enfim, nada do que me recorda a memória leva Marx ou o próprio marxismo à direita. Como a memória é falha, melhor consultar o google. E ai vai: encontrei a expressão “marxista de direita” no blog de Aluísio Medeirosda Rosa Borges, PhD - Developmentdialog. Segundo a definição de um amigo do senhor Borges, o marxismo de direita consiste mais ou menos em fazer uma análise marxista e propor uma solução capitalista. Interessante.
Pessoas descrentes em um futuro socialista e descontentes com a atual conjuntura do capitalismo... estou mesmo ficando um velho caquético. No meu tempo isso era considerado reformismo. Mas, admito, é mais pomposo se definir como marxista de direita. Estou ficando tão velho caquético que fugi do assunto mais uma vez...
Pola Oloixarac estará na Flip para falar do seu livro. Já estou lendo e confesso que nos primeiros capítulos a leitura é agradável, embora apenas estou sendo apresentado ao s personagens. Senhoras e senhores, esta argentina escreve bem e é uma expert em divulgação. Simpática no seu Blog, sabe o que faz.
Não quero me estender no assunto e também quero aqui criar expectativas. Porque na Flip teremos o encontro já agendado de uma filosofa blogueira e escritora argentina marxista de direita com um sociólogo, blogueiro e professor brasileiro marxista de esquerda. - Pior que eu prometi pagar o café e a medialuna... Achei um charme mesmo este das orquídeas... oquídea prty
6 comentários:
Pôxa,ela é tão inteligente e acredita mesmo no "amaciamento" do capitalismo? Isso não exite!
Na verdade o comunismo, o socialismo de fato nunca existiu, as pessoas precisam entender e estudar sobre isso, ficou estigmatizado e parendo a coisa mais abominável do mundo!
Meu povo nunca houve um país socialista( transição do comunismo), tudo que vcs viram até não tem fundamento, sinto muito...
Prezado Anônimo,
Como diria Mefistófolis à Fausto: "tudo que é sólido desmancha no ar" - frase parafraseada no Manifesto. Nennhuma crença, nenhuma estrutura, nenhuma convicção resiste ao poder da história. A humanidade cria estruturas e condições para sua superação. Verdade banal... apropriada por Marx.
Apesar disso, justiça seja feita. Pola, como inteligente que é, não defende a superação do capitalismo, só faz uma análise crítica talvez... a parte da superação do capitalismo é minha... Mas, claro, isso não está na perspectiva presente... e no futuro, bem, como diria Keynes, no futuro todos estaremos mortos.
Pois é...no futuro todos estaremos mortos! Concordo!
E pensar que vou morrer sem ver toda nação do mundo sendo feliz e pensando que a vida de todos poderia ter sido bem melhor, e que isso só dependia de nós mesmos, sei lá... mas é triste pensar nisso, acho que quero voltar a ser mais alienada.
Eu vejo uma saída, mas não sei como atravessar o rio, sei que tem algo bom do outro lado, mas como cheqar até ele?
Esse post é tão mal escrito que, apenas 2 linhas depois de dizer "cessemos de falar de mim pois o assunto é a Sra. Oloixarac", o autor discorre por QUATRO parágrafos sobre marxismo de direita, deixando algumas linha no final pra tal assunto do post, coitado. E vem querer falar de literatura, meu filho???
Prezado Diego,
agradeço seu comentário... só tenho uma pequena observação: já no título do texto falo do tal 'marxismo de direita'. Foi isso que tentei explorar. Ou seja, o leitor mais atento percebeu que tentei estabelecer uma relação de Pola com o que falam dela, porque não a conheço e não me sinto à vontade para falar dela especificamente... mas, claro, você tem todo o direito de achar que um texto que fale de Pola tenha que, de certo modo, tratar da biografia. E eu, como autor, gerente, superintendente, supervisor, revisor e escritor do blog, tenho o direito de achar que, ao falar da relação de Pola com o marxismo, de certa forma, falo dela...
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