Imagens contra as pilhas fracas

Eu confesso caro leitor deste blog. Antes que me acusem, eu confesso! Ando com as pilhas fracas e em um ritmo um pouco atabalhoado para postar análises como eu me propunha a fazer neste blog. Ultimamente a agenda me impede de ser o blogueiro que eu gostaria. Recentemente passei por um batalhão de mais de 200 provas. E ainda tenho uma lista interminável de atividades para corrigir. Coisas que a concentração me obrigam a uma fadiga de outro gênero que não é nada criativa.

Mas, não há espaço aqui para lamentações. Principalmente para discutir lamentações particulares ou privadas. Afinal de contas, aqui só se discute problemas ou casos de interesse público. E, sinceramente, minha doce-mole-vida não é lá tão interessante publicamente.

Aqui estou para uma publicação leve, mas digna de notas: algumas imagens da imensa São Paulo num domingo à tarde. Nada complexo, eu confesso, mas pelo menos, digno de alguma curiosidade...

São Paulo tem idade o suficiente para uma história arquitetônica de peso. Mas tem menos memória material que deveria. A cidade se transforma muito rapidamente e os interesses econômicos somados à especulação imobiliária correm desenfreados como força motriz do movimento de modernização da cidade. Assim, tudo que é antigo passa a ser sinônimo de retrogrado ou atrasado e não de pertencente à uma época ou formação histórica. O devido respeito ao espaço no seu momento histórico dá lugar a uma vontade recorrente de reinventar o novo, inovar e destruir o passado em prol do futuro, como se o que já existe fosse um empecilho ao que pode surgir de novo. São Paulo de ontem deve dar lugar ao São Paulo de amanhã sem que necessariamente isso seja uma boa forma de tratar a cidade. Os paulistanos durante o dia não se reconhecem no mesmo espaço à noite. A cidade se transforma, não só entre passado, presente e futuro, mas nas suas luzes e nas sua velocidade... é impressionante a força destruidora do progresso do lugar. Uma força que também é bastante opressora. Não se trata de uma massa de concreto, vidros e reboques emparedados. Se trata de um movimento frenético que acontece a despeito das vontades individuais. Uma bestialidade típica da irracionalidade das massas disformes e incertas. São Paulo não tem plano, se faz à base do desgaste do seu passado e da promessa de um futuro promissor, por mais promiscuo que se dê.

(Espaço ai parece uma 'réplica' das torres gêmeas... ao menos a inspiração arquitetônica parece sobreviver ao processo histórico...)

Quando a memória material se apaga, a memória histórica permanece. O que a cidade faz conosco é dígno de nota e reflexão. Somos muitos em metrópoles. E desses muitos, mais dos que não precisamos ser. A cidade ajuda, mas ninguém pode fazer de nós o que não queremos ser. Um breve passeio é revelador...

Se bem que, justiça seja feita: a cidade oferece as mais variadas formas de tratamento e cura para qualquer tipo de problema... sirva-se como quiser ou puder.

Assim, que o turbilhão de trabalho diminuir neste semestre, novas postagens retornarão para discutir o espaço público e o cotidiano brasileiro... essa é a intenção. Porque assunto não faltara neste ano de muitas emoções agendadas (eleições, Copa do Mundo na África do Sul) e outras imprevistas...

Uma ótima semana aos leitores e não deixem de votar nas enquetes. Porque por enquanto eu só tenho eleitor da Marina Silva votando neste blog...