sexta-feira, 17 de abril de 2009

G8, think tanks e informação

Se algum jornalista me perguntasse o que eu achei do G8. Ou o que espero da reunião de cúpula das Américas em Trinidad e Tobago, seria obrigado a responder:
- Não sei! Não sei que documentos os chefes de Estado leram, em que se basearam seus discursos, quem são os think tanks envolvidos: Quem apresentou trabalhos por lá? Que instituições? Se os jornalistas não fazem o trabalho de informar adequadamente, como vou fazer meu trabalho de investigação. Tenho que falar com alguém com formação adequada que esteve lá pra saber essas coisas. Por que os jornalistas estão mais interessados no que Obama disse pra Lula em off, que em saber os temas da discussão e quais instituições influenciam na tomada de decisão dos Estados.
Sinceramente, fofoca e bajulação não organizam o mundo. As propostas é que contam. Saber que think tanks estão hoje sendo ouvidos para remediar a crise econômica é fundamental para entender que rumo os chefes de Estado estão dando ao mundo. E não me venham os ignorantes dizer que o presidente do Brasil é burro e não sabe o que faz. Só porque leram três páginas do Estadão se acham mais informados que um chefe de Estado. Assessores e assessores de assessores sempre tem acessos a estudos e pesquisas para filtrar discursos e organizar pautas de discussão. Sem saber com base em que estão falando, fica dificil opinar.
Como a imprensa está mais preocupada em saber se fulano gosta de ciclano em uma cúpula de presidentes e a modinha da mídia é pegar conversas em off, a informação que nos alimenta sobre o que é realmente relevante chega muito tempo depois em algum artigo sério ou em um informe de uma instituição qualquer. E assim caminha nossa imprensa, alimentada de blábláblá e nos alimentando com blábláblá... por que não há como debater qualquer cúpula sem conhecer documentos que a prepararam, que origens têm e quais as instituições importantes que as prepararam.

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