terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Qual o custo da displicência?

Fim de semana qualquer eu pedi um sundae num desses comidas prontas plastificas qualquer. Era pra ser com cobertura de chocolate e amendoim. Vi que a mocinha digitou o código do cobertura de chocolate com ovomaltine. Ao ver a mudança a chamei e apontei o erro. Ela disse: “tudo bem, na hora de pedir você pede pra atendente mudar.”. Quando fui pedir, disse para a atendente que era com amendoim. Tinha três moças se degladiando por espaço atrás do balcão. E uma passa pra outra, que passa pra outra, que acaba sendo atravessada por outra, que acaba querendo esta fazer o Sundae. Moral da história: sundae com cobertura de chocolate e ovomaltine. Como eu tinha já alertado duas vezes para que eu queria com cobertura de amendoim, eu disse “não! Falei duas vezes que queria com amendoim.”. A moça até fez uma cara de o que vou fazer com isso, e eu fiz uma outra cara de não é problema meu. Eu podia muito bem ter ficado com aquele sundae, que provavelmente ia ser jogado fora. Mas, depois de vários pedidos de alteração, não quis nem saber, acabei fincando o pé na minha opção.

Não condeno a moça por erra o código. Erros acontecem. Meu ponto é que chamei a atenção para o erro. Ela não corrigiu. Podia ter pego uma caneta e riscado, para chamar a atenção da opção. Aí eu entrego o pedido no balcão e três moças são incapazes de se conversar para avisar que o pedido havia sido alterado, mesmo comigo ao lado esperando. Aí, a funcionária que me ouviu dizendo para mudar a opção ovomaltine, passou o pedido para frente e moças não se conversaram. Resultado: um sundae desperdiçado.

Tudo bem era só um sorvetinho. Mas, o ponto não é esse. É apenas um exemplo cotidiano do que acontece muito por ai. A falta de comunicação, a dificuldade de correção dos erros, a falta de iniciativa e a irresponsabilidade com relação ao uso do cargo e/ou da função. Imagine que em um espaço de 3m² três pessoas não conseguem se comunicar adequadamente para corrigir um escrito, o que acontece com a comunicação entre pessoas ou grupos distantes em tempo e espaço. A quantidade de desperdício por conta da incompetência, complacência e indiferença são enormes.

Não era apenas um sundae. Era um produto que alimentava uma pessoa e passou a ser jogado fora por conta de uma simples correção. Quanto desperdício não acontece cotidianamente com relação há isso? Em outros tempos, qualquer analista diria que é um problema da empresa, isso é uma questão de gestão e/ou gerenciamento. Mas, em tempos onde o meio ambiente e as questões planetárias estão em alta, a responsabilidade social com a sustentabilidade extrapola os limites das empresas. Como pessoas temos a responsabilidade de preservar e sustentar o impacto ambiental, cada coisa desperdiçada tem um impacto na vida dos outros, essa consciência tem levado nossa coletividade a pensar cada vez mais que os atos não podem ser vistos de forma separada do todo. Ações individuais ou atitudes corporativas têm impacto social relevante e qualquer desperdício não é apenas fruto de uma perda econômica, mas é acrescido na conta do impacto sócio-ambiental, portanto, cada função agora tem mais que a responsabilidade econômica, mas também a responsabilidade coletiva.

Um comentário:

Affinitas affinitatem non generat disse...

Vai um sundae de ovo maltine com cobertura de chocolate aí? Ou melhor, um com amendoim.. ou seria castanha? Eu li direito? Hã? Hein? Como assim? Menos uma árvore no mundo, um milimetro a mais no tamanho do buraco na camada de ozonio.. e vc ainda fala que eu sou cabeção por ter tantos e tantos treinamentos aqui na minha budega de quimioterapia. E viva a paciencia.. Um brinde aos que cobram..

Beijos